ATA DA SEPTUAGÉSIMA PRIMEIRA
SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA
LEGISLATURA, EM 06.09.1999.
Aos seis dias do mês de
setembro do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Largo Glênio
Peres, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi efetuada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Clênia
Maranhão, Cyro Martini, Eliseu Sabino, Gilberto Batista, Guilherme Barbosa,
Hélio Corbellini, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, José Valdir, Lauro
Hagemann, Maristela Maffei, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Renato Guimarães e
Tereza Franco. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Cláudio
Sebenelo, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Helena Bonumá, João
Dib, João Motta, Luiz Braz, Reginaldo Pujol, Saraí Soares e Sônia Santos.
Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 984 e 2019/99, do
Deputado Flávio Koutzii, Secretário Extraordinário para Assuntos da Casa Civil
do Estado/RS; 2414/99, da Senhora Dóris Simch Brochado, do Gabinete da Casa
Civil da Presidência da República. Em continuidade, face Licença para Tratar de
Interesses Particulares do Vereador Pedro Américo Leal, no dia de hoje,
aprovada durante a Septuagésima Sessão Ordinária, o Senhor Presidente declarou
empossado na vereança o Suplente Alberto Moesch, informando que Sua Excelência
integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Também, constatada a existência
de "quorum", foi aprovado Requerimento do Vereador Carlos Alberto
Garcia, solicitando Licença para Tratar de Interesses Particulares, no dia de
hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente João
Batista Pirulito, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de
Educação, Cultura e Esportes. A seguir, o Senhor Presidente convidou a
integrarem a Mesa dos trabalhos os Senhores Raul Pont e José Fortunati,
respectivamente Prefeito e Vice-Prefeito Municipal de Porto Alegre, concedendo a
palavra à Suas Excelências que, nos termos do Requerimento nº 194/99 (Processo
nº 2789/99), de autoria do Vereador Renato Guimarães, discorreram sobre o
Prêmio "Prefeito Criança 1999" concedido à Prefeitura Municipal de
Porto Alegre pela Fundação ABRINQ para os Direitos da Criança, com o apoio do
Fundo das Nações Unidas para Infância e a Juventude - UNICEF. Também, saudaram
o transcurso dos duzentos e vinte e seis anos da Câmara Municipal de Porto
Alegre. Na ocasião, foram registradas as seguintes presenças: da Senhora Ana
Paula Mota Costa, Presidenta da Fundação de Educação Social e Comunitária -
FESC; da Senhora Elaine Paz, Secretária Substituta do Planejamento Municipal;
do ex-Vereador Airto Ferronato; do Senhor João Antônio Bretanha dos Santos,
Presidente da Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto
Alegre - AIAMU. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Adeli Sell, ao referir-se ao Prêmio
"Prefeito Criança 1999" recebido pela Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, ressaltou o trabalho realizado pela Fundação de Educação Social e
Comunitária - FESC na implantação de programas de amparo a menores carentes.
Também, discorreu sobre as medidas adotadas pelo Executivo Municipal visando à
revitalização do Centro de Porto Alegre. O Vereador Antônio Losada teceu
considerações sobre as solenidades realizadas na Cidade, em homenagem aos
cidadãos brasileiros perseguidos durante o governo militar. Salientou a
importância da concessão, à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, do Prêmio
"Prefeito Criança 1999" e criticou as políticas de ordem econômica e
social implementadas pelo Senhor Presidente da República. Em COMUNICAÇÃO DE
LÍDER, o Vereador Luiz Braz analisou o papel institucional exercido pela Câmara
Municipal de Porto Alegre ao longo dos seus duzentos e vinte e seis anos de
existência, destacando a relevância das atividades legislativas e
fiscalizatórias realizadas pela Casa. Ainda, manifestou-se contrariamente à
atuação do Partido dos Trabalhadores nos Governos do Município e do Estado. O
Vereador João Dib comentou posicionamentos adotados pelo Senhor Prefeito
Municipal de Porto Alegre com relação às convocações feitas por este
Legislativo para comparecimento de Sua Excelência à Casa. Também, teceu
críticas ao Governo do Estado, declarando que cartilhas distribuídas a alunos
de escolas estaduais gaúchas possuem um teor que distorce fatos significativos
da história brasileira. O Vereador Cláudio Sebenelo procedeu a análises a
respeito das relações atualmente existentes entre os Poderes Executivo e
Legislativo de Porto Alegre, externando sua contrariedade às decisões tomadas
pela Prefeitura Municipal no que se refere à remoção de vendedores ambulantes
de lanches que exerciam suas atividades no Centro da Cidade e com relação ao
funcionamento do Aterro Sanitário da Extrema. Após, face Questão de Ordem
formulada pelo Vereador José Valdir, o Senhor Presidente prestou informações a
respeito do comparecimento, durante a presente Sessão, dos Senhores Prefeito e
Vice-Prefeito Municipais de Porto Alegre, tendo o Vereador Cláudio Sebenelo
manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Cyro Martini contraditou
o pronunciamento efetuado pelo Vereador Cláudio Sebenelo, salientando a
importância da realização da presente Sessão Ordinária no Largo Glênio Peres e
propugnando pela adoção de medidas que viabilizem a revitalização do Centro de
Porto Alegre. Ainda, defendeu a atuação do Partido dos Trabalhadores à frente
do governo do Município e do Estado. Na ocasião, os trabalhos estiveram
suspensos das quinze horas e quinze minutos às quinze horas e dezoito minutos,
nos termos regimentais. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou ter a
Associação dos Agentes Fiscais da Receita Municipal de Porto Alegre - AIAMU
presenteado a Câmara Municipal de Porto Alegre com um bolo, que foi servido
entre os presentes. Às quinze horas e vinte e quatro minutos os trabalhos foram
regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta e cinco
minutos, constatada a existência de "quorum". Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Eliseu Sabino destacou a relevância das atividades desenvolvidas pela
Câmara Municipal de Porto Alegre na busca de soluções para os problemas
enfrentados pela comunidade. Também, criticou o modo como o Partido dos
Trabalhadores vem desenvolvendo sua atuação no comando da Prefeitura Municipal
de Porto Alegre e do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. O Vereador Elói
Guimarães, ao destacar a importância do estabelecimento do contraditório para o
fortalecimento da democracia, discorreu sobre o trabalho realizado pela Câmara
Municipal de Porto Alegre na defesa dos interesses gerais da sociedade e na
busca de soluções para os problemas enfrentados pelo Município. Ainda,
mencionou aspectos relativos à vida pessoal e à atuação política do ex-Vereador
Glênio Peres. O Vereador Adeli Sell, em tempo do Vereador Isaac Ainhorn, cedido
pelo Vereador João Bosco Vaz nos termos do artigo 182 do Regimento,
cumprimentou a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Porto Alegre pela
iniciativa da realização da presente Sessão Ordinária no Largo Glênio Peres.
Também, reportou-se à rebelião ocorrida no Instituto Juvenil Masculino da
Fundação Estadual do Bem Estar do Menor – FEBEM e manifestou-se a respeito das
obras que estão sendo realizadas pelo Executivo Municipal, com vistas à
revitalização do Centro de Porto Alegre. O Vereador João Carlos Nedel teceu
críticas às políticas de geração de emprego e de captação de investimentos
externos implantadas pela Prefeitura de Porto Alegre, afirmando que as mesmas
não estão trazendo os resultados esperados pela população. Ainda, contrapôs-se
às medidas tomadas pelo Executivo Municipal, de majoração do Imposto sobre
Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Reginaldo Pujol teceu considerações sobre os debates políticos e ideológicos
realizados durante os trabalhos da Câmara Municipal de Porto Alegre,
ressaltando a importância do debate e da livre manifestação das idéias para a
prática da plena democracia. Também, defendeu a atuação do Senhor Fernando
Henrique Cardoso à frente da Presidência da República. A seguir, por
solicitação do Vereador João Carlos Nedel, foi feito um minuto de silêncio em
homenagem póstuma ao Senhor Jaune Dias Gonçalves, falecido no dia dois de
setembro do corrente, e ao Senhor Luís Fernando da Silva Borges, falecido no
dia cinco de setembro do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Guilherme Barbosa analisou a atual conjuntura brasileira, criticando as
políticas de ordem econômica e social adotadas pelo Governo Federal. Ainda,
discorreu sobre a legislação que rege o trabalho dos vendedores ambulantes no
Centro de Porto Alegre e mencionou os baixos índices de popularidade obtidos
pelo Senhor Presidente da República em pesquisas de opinião divulgadas pela
imprensa. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o
Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, discutido pelo
Vereador José Valdir, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 108, 130, 133, 134
e 141/99, os Projetos de Lei do Executivo nº 24 e 23/99, este discutido pelo Vereador
Reginaldo Pujol, os Projetos de Resolução nºs 47, 49 e 45/99, este discutido
pelo Vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº
13/99; em 4ª Sessão, os Projetos de Resolução nºs 28 e 48/99. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente registrou o lançamento do serviço
telefônico "Disque-Câmara", destacando a importância da implementação
desse serviço para facilitar o contato da comunidade com a Câmara Municipal de
Porto Alegre. Às dezesseis horas e trinta e seis minutos, constatada a
inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores
Nereu D'Ávila e Adeli Sell e secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Eliseu
Sabino. Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a
presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim
e pelo Senhor Presidente.
O
SR. PRESIDENTE (Nereu D'Ávila):
Havendo quórum, damos por aberto os trabalhos da presente Sessão.
A Mesa declara empossado o
Ver. Alberto Moesch, em substituição ao Ver. Pedro Américo Leal, cuja licença
foi votada na sexta-feira. O Ver. Alberto Moesch integrará a Comissão de Saúde
e Meio Ambiente.
O Ver. Carlos Alberto Garcia
solicita licença no dia 06 de setembro de 1999 para participar de uma reunião
do Conselho Federal de Educação Física, na Cidade de Recife.
(Obs.: Foi aprovado o
Requerimento de licença do Ver. Carlos Alberto Garcia e dada posse ao Suplente,
conforme consta na Ata.)
Queremos registrar a
presença do Prefeito Raul Pont e do Vice-Prefeito José Fortunati, que estão
aqui homenageando esta Sessão e depois irão fazer referência ao Prêmio Prefeito
Criança 1999, que foi recebido pela Prefeitura de Porto Alegre.
Informamos que esta Sessão
aqui, no Largo Glênio Peres, têm alguns significados importantes. Hoje é o dia
exato do aniversário da Câmara Municipal de Porto Alegre, dia 06 de setembro,
dia em que comemoramos os seus 226 anos de existência. Sempre comemoramos com
uma semana de eventos, mas foi exatamente no dia 6 de setembro que José
Marcelino de Figueiredo, fechando os portões da então Vila Nossa Senhora Madre
de Deus de Porto Alegre - os portões estavam mais ou menos onde hoje se
encontra a Santa Casa de Misericórdia -, impediu o retorno dos Vereadores a
Viamão - Viamão era a Capital da Província - obrigando-os a transferir suas
residências para Porto Alegre. Isso aconteceu exatamente no dia 6 de setembro de
1773, há 226 anos.
O outro significado também é
simbólico, porque nós estamos aqui no Largo Glênio Peres - e Deus hoje nos
beneficiou com um dia maravilhoso para convivermos com a população, que é um
dos objetivos maiores de qualquer parlamento -, que é o centro histórico desta
Cidade. É a convivência com o povo, sua raiz, que sustenta o Parlamento, onde
somos colocados através do voto. Esses são alguns dos significados da nossa
presença aqui hoje.
Há, também, um outro
objetivo: que a população possa assistir, ao vivo, a uma Sessão Ordinária da
Câmara Municipal, que terá todas as etapas de uma Sessão Ordinária, sempre
dentro do espírito de comemoração dos seus 226 anos.
Registramos, também, a
presença de Ana Paula Costa, Presidente da FESC, e de Elaine Paz, Secretária
Substituta da SPM.
Foi concedido a nossa Cidade
o Prêmio Prefeito Criança l999, pela Fundação ABRINQ, com o apoio da UNICEF, e
à Prefeitura, pelo conjunto de ações desenvolvidas pelo Município, recebeu esse
Prêmio.
Os Vereadores aprovaram um
Requerimento de autoria do Ver. Renato Guimarães para que o Prefeito e o
Vice-Prefeito aqui comparecessem para explicitar a magnitude desse fato, ou
seja, Porto Alegre ter recebido esse Prêmio. Também, evidentemente, o Prefeito
e o Vice-Prefeito estão aqui para prestigiar esta Sessão no Largo Glênio Peres,
que comemora os 226 anos de existência do Parlamento da Capital gaúcha.
O Sr. Prefeito Municipal,
Raul Pont, está com a palavra.
O
SR. RAUL PONT: Nobre
Presidente da Câmara Municipal, Ver. Nereu D'Ávila, Ver. Adeli Sell,
Vice-Prefeito, José Fortunati; Sras. e Srs. Vereadores do Município de Porto
Alegre.
Atendendo ao Requerimento
apresentado pelo Ver. Renato Guimarães, estamos trazendo para conhecimento dos
Senhores o resultado dessa premiação que a Fundação ABRINQ realizou, após um
prolongado levantamento, em todo País, daquelas cidades que desenvolvem
programas para crianças e adolescentes, ou seja, é a indicação daqueles
Municípios que melhor vêm cumprindo o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Esse projeto da ABRINQ, que
procurou identificar as cidades que melhor produzem esses resultados, foi
desenvolvido ao longo de vários meses e tivemos, recentemente, em Brasília, a
identificação de melhores práticas nesse sentido. Porto Alegre já estava identificada
entre as vinte melhores, nesse sentido, em todo o País, e, nesse dia, em
Brasília, esses Municípios foram identificados a partir de uma decisão mais
criteriosa sobre quais seriam os cinco melhores Municípios que melhor executam
o cumprimento do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Sabemos que, para a ABRINQ,
isso não significa nenhum prêmio material, nenhum recurso transferido por essa
Fundação ao Município, significa, isto sim, o reconhecimento pelo trabalho aqui
desenvolvido. Esse reconhecimento se dá tanto pela Fundação como por órgãos
nacionais e internacionais, como a UNICEF, que acompanhou diretamente esse
processo. Isso tudo nos dá credibilidade e abertura junto às agências de
financiamento, junto a órgãos públicos governamentais do Brasil e do exterior.
Por isso é extremamente importantes esse resultado alcançado pela Cidade. O
Fórum que acompanha as políticas sociais no nosso Município é coordenado pela
Secretaria de Governo, diretamente pelo Vice-Prefeito, José Fortunati. E esses
vinte e cinco programas que foram responsáveis pelo reconhecimento da ABRINQ ao
caso específico de Porto Alegre são desenvolvidos por várias Secretarias.
Praticamente todas as Secretarias do nosso Município tem algum envolvimento com
esse assunto. E foi exatamente isso que nos garantiu unanimidade de opinião na
comissão julgadora.
Das cinco cidades, fomos a
única que não teve nenhuma ressalva. Não havia uma pontuação de primeiro,
segundo, terceiro lugar, mas, o fato de termos sido a única cidade que não teve
nenhuma ressalva, revela a importância e a seriedade do trabalho que
desenvolvemos e o seu reconhecimento no conjunto do País.
São trabalhos que abrangem
desde as creches comunitárias - um dos programas mais conhecidos, desenvolvido
pela SMED e acompanhado pela Secretaria da Saúde - até programas
sócio-educativos, como os desenvolvidos pela nossa Fundação de Educação Social
e Comunitária. Tudo isso passa por uma série de políticas específicas que vão
desde o acompanhamento a meninos de rua até atividades no sentido de garantir o
aleitamento materno, o acompanhamento às famílias carentes, como o Programa do
Leite e outros destinados a garantir às nossas crianças carentes um crescimento
digno.
Esses vinte e cinco
programas estão elencados na pasta que os Srs. Vereadores vão receber,
expressando o compromisso do Poder Executivo para com essa questão e mostrando
o reconhecimento externo a esse trabalho. Esse conjunto de programas vêm
garantir que Porto Alegre mantenha-se no ranking,
seja nacional ou internacional, como uma Cidade com qualidade de vida, que
mantém um índice de desenvolvimento humano digno, que é o que se espera de
qualquer governo.
Queremos agradecer a
oportunidade deste momento - e já fizemos isso na abertura dos trabalhos da
Semana da Câmara Municipal, no momento em que foi aberta solenemente, com o
hasteamento das bandeiras, esta Semana de Comemoração dos 226 Anos - dizendo
que, viajando por outros países aqui do MERCOSUL, aí, sim, podemos comparar e
ver a importância da existência de um Poder Legislativo com autonomia, com
poder de decisão sobre tributos, poder de decisão sobre leis que competem ao
Município, coisa que a maioria dos países da América Latina, com governos mais
centralizados que o nosso, ou de características unitárias, não possuem.
Nós, agora, na reunião da
Rede MERCOCIDADES, em Belo Horizonte, aprovamos uma carta de fortalecimento da
rede de relações internacionais entre os Municípios do MERCOSUL, e estamos
integrando, felizmente, cidades da Bolívia e do Chile nesse processo. A carta
aprovada faz uma referência específica à necessidade de todos os Municípios do
MERCOSUL manterem o seu compromisso de luta pela democracia e ampliação da
autonomia municipal. Se no Brasil nós temos uma República Federativa que
garante o caráter de ente federado ao Município, essa não é a realidade na
Argentina, no Uruguai, no Chile ou em outros países que estão, neste momento,
construindo conosco o MERCOSUL, construindo conosco novas relações no Cone Sul
da América. Pois essa experiência estamos conseguindo traduzir para outros
povos. E a melhor maneira, eu dizia isso na abertura dos trabalhos, é
divulgarmos a existência dessa estrutura municipal que temos no Brasil, que vem
sendo agredida, tolhida, em muitos momentos, por cortes, por limitações, por diminuição
do nosso poder de decisão tributária, mas que resiste ainda como um ente
federado, e é importante que essa resistência não seja apenas a manutenção do
espaço alcançado, mas, que, fundamentalmente, seja uma resistência de ampliação
do espaço municipal. Nós temos sentido que principalmente os Municípios grandes
e médios assumem cada vez mais um leque muito amplo de tarefas e funções e,
necessariamente, precisam ter também a garantia dos recursos e a garantia da
autonomia municipal para praticá-las, para realizá-las.
Portanto, em nome do nosso
Governo, queremos prestar contas desse Prêmio e do trabalho que se realiza
aqui, que alcançou essa primeira pontuação no ranking nacional com relação ao atendimento do Estatuto da Criança
e do Adolescente. E queremos manter esse tipo de trabalho, manter essa relação,
a qual estamos comunicando formalmente, neste momento, aos Srs. e Sras.
Vereadoras. Muito obrigado, bom trabalho e parabéns, em nome do Executivo, por
mais este aniversário da Câmara Municipal. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Sr.
José Fortunati, nosso Vice-Prefeito, está com a palavra.
O
SR. JOSÉ FORTUNATI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, quero, em primeiro lugar, cumprimentar a Câmara de
Vereadores pelos seus 226 anos. Eu não tenho dúvida de que o Poder Legislativo
forte fortalece o estado democrático de direito. Eu que, durante dez anos,
estive no Parlamento, quer no âmbito estadual, quer no âmbito federal, sei da
importância de um parlamento forte, autônomo, independente que procure
contemplar uma reflexão bastante ampla sobre o futuro da nossa Cidade, do nosso
Estado e do nosso País.
Eu quero, muito rapidamente,
complementar algumas informações que considero relevantes sobre o Prêmio
Prefeito Criança 1999, que recebemos na última terça-feira, na Cidade de
Brasília.
Logo após o processo
eleitoral de 1996, quando todos fomos eleitos, a Fundação ABRINQ e a UNICEF
procuraram as mais de cinco mil e quinhentas cidades brasileiras, oferecendo um
protocolo para todos os Prefeitos eleitos, no sentido de que as cidades
mostrassem visibilidade sobre ações públicas em relação à proteção a crianças e
adolescentes em situações de risco. Esse processo resultou na assinatura de
quase novecentos convênios entre novecentas cidades e a Fundação ABRINQ e a
UNICEF, que passaram a acompanhar o trabalho de cada uma dessas cidades. No
início deste ano a Fundação ABRINQ e a UNICEF selecionaram cento e oitenta e
cinco projetos, projetos concretos que se destacavam de uma forma mais
contundente em todo País. Estudando esses projetos, finalmente, no mês de
agosto, a Fundação ABRINQ e a UNICEF anunciavam as vinte cidades finalistas, ou
seja, àquelas vinte cidades que, de uma forma mais contundente, mais arrojada,
mais completa, atuavam na proteção do direito das crianças e adolescentes. É
importante ressaltar que, entre as vinte cidades, constava a Cidade de Três
Passos, aqui no nosso Estado. Os representantes dessas vinte cidades foram a
Brasília receber o Primeiro Prêmio, que foi dado a vinte cidades que se
destacaram entre todos os projetos. Depois foram anunciadas as cinco cidades
finalistas, como o Prefeito Raul Pont já destacou. A Cidade de Porto Alegre
acabou recebendo o Prêmio Prefeito Criança, ficando colocada entre essas cinco
cidades, obtendo unanimidade por parte do comitê técnico, que é o comitê
formado por várias entidades, nacionais e internacionais, que lidam com a
criança e o adolescente.
Então este Prêmio que se
encontra entre nós é o reconhecimento, no caso de Porto Alegre, de um trabalho,
de uma ação coletiva do Governo. Nós não tivemos um ou outro programa de
destaque, pois os vinte cinco projetos mencionados foram apresentados de uma
forma interligada, mostrando que em Porto Alegre existe uma rede de proteção à
criança e ao adolescente. E isso acabou possibilitando que a nossa Cidade fosse
o grande destaque no que se refere a uma ação do Governo e sua relação com a
Cidade. Quero destacar também que nós entendemos que esse Prêmio não é do
Prefeito, do Vice-Prefeito ou de qualquer Secretário deste Município, é um
Prêmio que a Cidade de Porto Alegre recebe, através de ações concretas na
implementação do Estatuto da Criança e do Adolescente e Conselhos Tutelares. E
temos aqui, Sr. Presidente, três Vereadores ex-Conselheiros Tutelares: Ver. Eliseu
Sabino, Ver. Renato Guimarães e a Ver. Saraí Soares, o que demonstra que na
Câmara de Vereadores da nossa Cidade há uma forte representação dos Conselhos
Tutelares.
O Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente e o Fórum das Entidades, entre outras
atividades, são uma demonstração clara de que a Cidade de Porto Alegre se
preocupa com as criança e os adolescentes em situação de risco. Todos nós
sabemos - quero deixar isto muito claro - que o desafio continua presente. E,
com o fato de termos recebido esse Prêmio, nós não estamos dizendo que não
existam tarefas importantes e complexas a serem enfrentadas por todos nós; ao
contrário, entendemos que esses prêmios devem servir de motivação para
continuidade de toda essa luta que nós, coletivamente, estamos levando adiante.
E por isso, Sr. Presidente,
eu gostaria, finalmente, de convidar formalmente o Presidente da Câmara e todos
os Vereadores para que, no próximo dia 09, quinta-feira, participem de uma
grande festa que realizaremos no Ginásio Tesourinha, a partir das 14h30min,
onde então estaremos dividindo este Prêmio com a Cidade. Também entregaremos a
todos os Vereadores, na pessoa do seu Presidente, Ver. Nereu D'Ávila, uma
réplica desse Prêmio, por entender que a Câmara de Vereadores tem contribuído
de forma decisiva para a implementação das políticas públicas voltadas para a
criança e o adolescente na nossa Cidade. Será uma forma de reconhecermos a
importância da Câmara Municipal também nessa área, nas políticas, nos projetos,
nas iniciativas que são tomadas em relação a essa questão, que é tão
importante.
Por isso, Sr. Presidente,
quero, em nome do Prefeito Raul Pont, aqui, ratificar o convite, para que
participem dessa comemoração na próxima quinta-feira, a partir das 14h30min,
mais especificamente a partir das 16 horas, quando então estaremos dividindo
esse Prêmio com a Câmara de Vereadores e com uma série de entidades que, na
nossa Cidade, ajudaram a construir esse projeto. Com certeza, compartilhando
tudo isso, nós continuaremos com a mesma garra, com a mesma ousadia, com a
mesma vontade de enfrentar esse grave problema que se apresenta em todo o País,
pela exclusão social que, infelizmente, cresce em nossas cidades, em nossos
Estados. Mas, com coragem política, com vontade administrativa, eu tenho
certeza de que nós continuaremos enfrentando o problema e, quem sabe, daqui a
algum tempo, estaremos recebendo um segundo Prêmio, exatamente em razão dessa
grande vontade que temos de combater e de encontrar soluções para os graves
problemas sociais que se abatem sobre o nosso País. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, Sr. Prefeito Municipal, Sr. Vice-Prefeito,
agradecidos, convidamo-los, até quando suas agendas o permitirem, a
permanecerem conosco aqui, nesta Sessão que realizamos no Largo Glênio Peres.
Queremos também registrar a presença entre nós do nosso amigo ex-Presidente,
ex-Vereador Airto Ferronato. É um prazer tê-lo aqui conosco. (Palmas.)
Comunicamos aos Srs. Vereadores
que procederemos à Sessão Ordinária, ou seja, todas as etapas poderão ser
cumpridas. V. Exas. poderão ocupar o tempo de comunicação de Líder, quando
assim o desejarem.
Passamos às
O Ver. Adeli Sell está com a
palavra.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, Prefeito Raul Pont, Vice-Prefeito
Fortunati, Senhores e Senhoras. Tenho o privilégio de inaugurar a fala dos
Vereadores neste dia em que comemoramos 226 anos da Câmara Municipal, e nada
melhor, para festejarmos esta data, para marcarmos o aniversário da Câmara de
Porto Alegre, do que falarmos da nossa Cidade. E falar, principalmente, dos
avanços que tivemos no último período, em particular, isso que tivemos agora
como demonstração aqui. O Prêmio Prefeito Criança, para nós, o conjunto dos
Vereadores, o conjunto da Cidade, alegra-nos, porque tivemos significativos
avanços. Minha cara Ana Paula - da FESC, da Fundação Educacional Social e
Comunitária -, cara Elaine Paz - da Secretaria de Governo -, parabéns pelo vosso
trabalho, tenho a certeza de que logo ali adiante teremos outras tantas e,
talvez ainda, inúmeras tarefas.
Quero dizer que estamos
conscientes dos problemas que nos restam e queremos nos somar à Prefeitura
Municipal, aos órgãos do Governo do Estado e aos órgãos Federais para buscarmos
essas soluções. Queremos esse Centro da Cidade, onde ainda vemos crianças
abandonadas, onde ainda vemos crianças drogadas, num esforço conjunto da nossa
Cidade, do nosso Estado, para superarmos essa situação. Precisamos, com muito
esforço, com muita dedicação superar os limites que nos são colocados pela
nossa sociedade excludente. Estamos no Centro da Cidade, que tem sido uma das
principais preocupações do meu mandato. Temos aqui ao lado o nosso Mercado
Público recuperado, estamos num processo de revitalização do Centro da Cidade.
O SENAC, à nossa frente, faz um esforço para devolver à Cidade o Chalé da Praça
XV. Estamos vendo o antigo espaço dos bondes recuperado. Estamos vendo, a cada
dia, avanços no Centro da nossa Cidade, mas não será apenas o Poder Público
local, porque temos ainda questões que se vinculam ao Governo do Estado, como a
questão da segurança pública. E quero deixar de público o meu reconhecimento ao
Destacamento Especial do Centro, da Brigada Militar, pelos importantes serviços
que tem prestado à segurança do cidadão.
Mas nós ainda temos
inseguranças, ainda temos problemas. Logo ali adiante estamos vendo,
infelizmente, a venda de CDs piratas no Centro da Cidade, ainda se vende
cigarro contrabandeado. Sei que falar disso, muitas vezes, é uma insegurança
para quem fala, mas precisamos buscar soluções, não apenas as responsabilidades
do Município, por sua Secretaria responsável, mas da Receita Federal, a qual
tenho me referido sistematicamente, e espero soluções, porque também em nível
federal é preciso ter uma ação do Governo, porque a Receita Federal que é
responsável por esse tipo de ação.
Estamos vendo o nosso Centro
24h sendo montado, recuperado, mas é preciso muito mais: a iniciativa privada,
os poderes constituídos juntos trabalharem, para que possamos ter, nas vinte e
quatro horas, uma Cidade que de fato seja o centro cultural, o centro turístico
do MERCOSUL.
Estamos, finalmente,
voltando ao Rio. Prefeito Raul Pont, o Governo do Estado, selaram, recentemente,
compromisso e teremos ao lado da Usina do Gasômetro uma nova entrada para o
rio. Sabemos das várias questões que estão sendo realizadas entre a
Municipalidade e o Governo do Estado para recuperação do Porto. Estamos vendo,
Ver. João Bosco Vaz, a recuperação do parque náutico. É a Zona Norte
conseguindo chegar, finalmente, ao Rio, porque ela estava apartada do Rio. São
importantes avanços, tanto do Município quanto do Estado.
Mas, sem dúvida nenhuma,
aproveito aqui a presença do meu querido Prefeito Raul Pont, do querido
Vice-Prefeito José Fortunati, ainda restam questões a serem feitas. Tenho
certeza de que a Prefeitura Municipal fará outras investidas, fará outros
movimentos para melhorar a nossa Cidade. E também tenho certeza de que o
Governo do Estado fará a sua parte, principalmente na área da segurança. Mas é
preciso política econômica, política social.
Concluo dizendo que se não
tivermos a integração dessas três esferas: do Poder Público Estadual, Municipal
e Federal não teremos avanço; precisamos também da parceria da iniciativa
privada. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Antônio Losada está com a palavra em Comunicações.
O
SR. ANTÔNIO LOSADA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sr. Prefeito Municipal, Sr. Vice-Prefeito
Municipal, representantes das Secretarias, público presente. É uma satisfação
falarmos em praça pública exatamente no aniversário da Câmara de Vereadores de
Porto Alegre. Esta Cidade, sem dúvida, nesses últimos quinze dias prestou,
através de diversos eventos, uma homenagem aos desaparecidos, aos torturados,
aos perseguidos e aos presos na ditadura militar. Esta Cidade prestou vários
eventos na Assembléia Legislativa, no Palácio Piratini, na Câmara de Vereadores
com a presença daqueles que ainda possuem as seqüelas daquele sofrimento. Esta
Cidade está de parabéns, através dos prêmios que vem recebendo, como esse da
ABRINQ - Prefeito Criança -, como o prêmio recebido pela CARRIS
Porto-alegrense, e por diversos outros prêmios que a Cidade vem recebendo pelo
seu trabalho no saneamento básico, nos transportes coletivos, na conservação do
meio ambiente, de nossas praças e de nossas árvores.
Entretanto, a situação
nacional, o Governo de Fernando Henrique Cardoso, após quatro anos, no seu
segundo mandato, somente após a Marcha dos Cem Mil - trabalhadores
desempregados que se dirigiram a Brasília para cobrar projetos do Governo
Federal, e não corte de verbas para a Saúde, para a Habitação e para a
Assistência Social -, que esse Governo Federal veio a público apresentar um
plano plurianual, onde diz que durante três anos vai investir uma verba
equivalente a um trilhão e cem bilhões de reais. Lamentavelmente, isso nos
entristece muito, que só após o povo brasileiro, os trabalhadores acumularem o
desemprego neste País em torno de quinze milhões de trabalhadores, após a
privatização daquelas empresas que seriam, sem dúvida, o sangue deste País,
entregar aos grupos internacionais, após recolher para pagamento dessa
famigerada dívida externa bilhões de reais, após cortar as verbas de interesse
social é que este Governo vem falar em plano plurianual, dizer que vai investir
um trilhão e cem bilhões de reais na dívida social. Infelizmente, após quatro
anos, esse plano chega muito atrasado, e queremos apelar desta tribuna para que
o povo brasileiro, para que os trabalhadores porto-alegrenses continuem na sua
mobilização, cobrando do Governo Federal uma política em favor da Reforma
Agrária, uma política em favor da habitação popular, uma política em favor dos
investimentos para crianças, para os serviços sociais, enfim, verbas que o
Governo Federal vem cortando.
Nós, na Câmara de
Vereadores, na Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação, acolhemos,
todos os dias, uma massa significativa de descontentes, que não encontram
solução para os problemas habitacionais. É necessário que se busquem recursos,
mas não para pagamento de dívida externa, porque não sabemos efetivamente a
origem dessa dívida, dinheiro para os banqueiros. É necessário que se invista
maciçamente na habitação popular, na geração de emprego, na distribuição de
renda, e que se faça neste País o que está engavetado há muitos anos, que se
faça essa Reforma Agrária capaz de amenizar o gravíssimo problema do desemprego
em nosso País. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Luiz Braz está com a palavra para fazer uma Comunicação de Líder.
O
SR. LUIZ BRAZ: Sr.
Presidente Nereu D’Ávila, Sr. Prefeito Municipal, Ver. Adeli Sell, Secretários,
Sras. e Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. Nesta semana em que estamos
comemorando os 226 anos da Câmara Municipal, nós, Vereadores dos tempos
modernos, temos a obrigação de defender a nossa instituição, para que ela possa
cumprir o seu verdadeiro papel. O papel da Câmara Municipal não é simplesmente
andar de mãos dadas com o Executivo, o papel da Câmara Municipal é fiscalizar,
é criticar, é fazer com que a administração da Cidade possa marchar junto com
os trinta e três Vereadores.
Sr. Prefeito Municipal, nós
criticamos da Câmara Municipal, e vamos fazer uma crítica neste exato instante
na presença de V. Exa.: não podemos concordar que um trabalhador ou um casal de
trabalhadores que queria, simplesmente, manter o seu direito de continuar
vendendo cachorro-quente no Centro da Cidade fosse espancado pela Brigada
Militar a mando da SMIC. Não posso acreditar que os discursos do Partido de V.
Exa., que são contrários à violência, possam acobertar atos como esse, que
aconteceram no Centro da Cidade, quando pessoas que queriam simplesmente
trabalhar, pessoas que queriam simplesmente manter o direito de ganhar a vida,
são espancados de forma bárbara, algemados e levados presos. E onde está a
Câmara Municipal? Onde estão os protestos? Vejo apenas elogios à administração.
Mas nós temos, Vereadores dos tempos modernos, Vereadores desta Câmara
Municipal, temos a obrigação de cobrar a ação do Executivo para que ele seja
coerente com o discurso que faz. Não pode ter um discurso para a população e
uma prática completamente diferente. Não podemos, Sr. Prefeito Municipal, como
Vereadores de Porto Alegre, admitir que o DEMHAB - que deveria ter uma política
habitacional condizente com a situação do povo pobre desta Cidade -, coloque
aumentos superiores a 300% na prestação daqueles que querem simplesmente ter o
direito de morar. Não podemos permitir que, porque essas pessoas não podem
pagar essas prestações, sejam despejadas de suas moradias. Não podemos
consentir que as pessoas sejam tratadas dessa forma.
O discurso, Sr. Prefeito
Municipal, tem sido um, só que a prática tem sido diferente. Que bom que a
Cidade de Porto Alegre, na gestão de V. Exa., ganhou este prêmio de Prefeito
Criança da ABRINQ. Mas queremos, Sr. Prefeito Municipal, ver se realmente as
ações com relação às crianças são feitas. Porque o que vimos, por exemplo, no
tratamento que foi dado lá na FEBEM, desmente completamente toda a oratória que
já ouvi do PT. Ontem, devido a essa política madrasta do PT, um agente da FEBEM
foi morto. Ontem, houve uma morte dentro da FEBEM e não ouvi uma só palavra,
neste ato, em defesa daquelas pessoas que são obrigadas a enfrentar um ambiente
completamente hostil para exercerem o seu trabalho.
Quero lembrar, Sr. Prefeito,
que na gestão passada, nós, da Câmara Municipal, fomos visitar uma das
casas-modelo, para que apenas quarenta daquelas crianças, daquelas pessoas que
são obrigadas a viverem ali, pudessem realmente ter uma reeducação. Essas casas
seriam construídas nos locais onde esses adolescentes e essas crianças
estivessem realmente ligados. Só que essa política parou. Aliás, o Governo de
V. Exa. lá no Estado parou com tudo aquilo que vinha sendo feito. E agora
querem aplausos neste instante em que o Prefeito Municipal vem aqui para
anunciar que esta Cidade recebeu esse prêmio de Prefeito Criança. Não quero ser
descortês com o Sr. Prefeito, não quero ser descortês com todos aqueles que
vieram aqui para receber este prêmio, mas quero que esta Câmara simplesmente
não fique rastejando ao Executivo, que tenha as suas ações para cobrar as ações
do Executivo, que possam trazer os benefícios de acordo com os discursos que
são feitos nos quatro cantos deste Estado. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
João Dib está com a palavra para fazer uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO DIB: Exmo. Sr.
Presidente da Câmara Municipal, Exmo. Sr. Prefeito Municipal, Srs. Vereadores,
Senhores e Senhoras. Meu caro Prefeito, quando a Câmara comemora 226 anos,
dá-lhe uma demonstração de apreço do Legislativo para com o Executivo, pois a
presença de V. Exa. aqui foi solicitada na sexta-feira pela manhã, e o
Legislativo, prontamente, deu-lhe a oportunidade, para satisfação nossa, de
comemorar um prêmio que a Prefeitura recebeu, Prefeito Criança, dado pela
Associação ABRINQ e pela UNICEF. Mas o Legislativo não tem do Executivo a mesma
atenção. Quando convocamos V. Exa. para comparecer e explicar os problemas dos
dez milhões e meio da ATP, do transporte coletivo, V. Exa. comunicou que não
compareceria. E devo dizer que foi só uma questão de tolerância da Câmara
Municipal, porque a Lei Orgânica é clara, precisa e concisa: o Legislativo pode
convocar ou convidar o Prefeito e ele deverá comparecer. Mas este era apenas um
registro que queria fazer.
Na verdade, quero falar é da
cartilha que a Professora Lúcia Camini encaminha às escolas sob a sua
responsabilidade. E as pessoas que têm isenção, que têm responsabilidade e
seriedade, como é o caso de Sérgio da Costa Franco, colocam muito bem por nós
todos, sem nenhuma preocupação, com isenção e com a responsabilidade e
autoridade de quem faz a história acontecer e mostra para todos nós. Ele
escreve no Jornal Zero Hora de sábado o seguinte: “Os outros quinhentos. Na
ânsia de afeiçoar as cabeças das crianças a uma revolução de insertos
desígnios, a Secretaria Estadual de Educação está distribuindo à escola uma
espécie de breviário histórico em que se contesta a historiografia brasileira e
universal, e a própria celebração dos 500 anos do Brasil. O professor de
História deixaria de considerar o que foi para estabelecer o que deveria ter
sido. Teríamos a História não mais como ciência da realidade, mas como um
catecismo do politicamente correto, visto que a conquista da América implicou a
dominação dos índios pelos brancos, e essa denominação moralmente é condenável.
Os alunos concluirão que o correto teria sido permanecerem os europeus em seus
portos da Ibéria, da Normandia, da Inglaterra para não perturbar a doce paz
americana dos canibais e caçadores de cabeças. Ou Cabral deveria chegar ao
Brasil acompanhado pela Associação de Defesa dos Direitos Humanos e um fiscal
da CNBB.
Como a colonização e
conquista da América efetivou-se mediante a importação de escravos africanos,
ficam nossos colonizadores irremediavelmente condenados ao inferno, não sendo
sequer encarada a circunstância de a escravidão ter figurado na evolução de
todas as sociedades, inclusive a da África.
Nada mais lógico que a Nação
Brasileira celebre os 500 anos do descobrimento, sua progressiva definição
territorial, sua continuidade como caldeirão étnico e lingüístico e sua final
integração com unidade política, que sobreviveu a fortes tendências
centrífugas. Entretanto, aí estão inesperadas contestações, mas há uma
particularidade digna de nota nessa hostilidade aos 500 anos do Brasil, é que
ela invariavelmente coincide com uma postura de antagonismo em relação a etnia
luso-brasileira, postura esposada por intelectuais ou pseudointelectuais de
imigração recente, que parecem estar ainda na prancha do desembarque do navio,
recém-chegado de Gênova ou Hamburgo. E os velhos brasileiros, cujos
antepassados vieram há duzentos ou quatrocentos anos para as terras de Santa
Cruz, sentem-se até vexados pelos insultos que precisam ouvir, como se os seus
ancestrais tivessem cometido um crime ao conquistar território, desbravá-lo,
abrir caminhos e erguer cidades que se ofereceram como novos lares aos
imigrantes tardios. Entre os novos santos do catecismo oficial não cabem
Tiradentes nem José Bonifácio. Os professores terão que celebrar o cubano José
Martí, o nicaraguense Sandino, mais a sanguinária guerrilha colombiana e o
exército sabatista do México. Estão bem arranjados os nossos estudantes”.
Neste dia, dos 226 anos da
Câmara, é bom lembrar que temos a responsabilidade, acima de tudo, antes de
legislar, de fiscalizar. E o que estamos fazendo, ainda que seja numa área
estadual, mas os filhos de Porto Alegre estão nas escolas do Estado, dirigidas
pela Secretaria da Professora Lúcia Camini, e também temos que fiscalizar o que
está acontecendo com eles, e entendemos que a maneira com que a Secretária de
Educação tenta, através da sua cartilha, ensinar os jovens, está completamente
equivocada. E é bom que nós, neste momento solene, de 226 anos, também
relembremos a ela que a História foi construída com sangue, suor e lágrimas e
tem que ser respeitada. Não se pode agredir àqueles que fizeram deste País o
que ele é hoje, este País grande e respeitado. Muito obrigado. Saúde e paz!
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Cláudio Sebenelo está com a palavra para fazer uma Comunicação de Líder.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, temos, à nossa frente, um bolo branco,
significativo do aniversário de 226 anos da Câmara Municipal. Neste momento em
que falo, acintosamente, o Sr. Prefeito e outras pessoas de sua assessoria se
retiram, da forma mais atenciosa, educada e cortês, comprovando a consideração
que eles têm com a Câmara de Vereadores. A delicadeza, o conceito, aquele velho
conceito que já foi externado no Exterior, e considero um gravame político para
esta Casa, que é a Casa do Povo, a Casa da democracia. A Câmara Municipal de
Porto Alegre que hoje, orgulhosamente, faz uma festa de 226 anos, e temos mais
essa agressão da agradável companhia que poderíamos ter do Sr. Prefeito. Mas
queremos dizer que isso não vai ofuscar a agressão feita aos vendedores de
cachorro-quente aqui denunciada, isso não vai ofuscar essa madrugada triste que
tivemos na FEBEM, que foi sempre um saco de pancadarias do Partido dos
Trabalhadores durante todo o tempo do Governo Britto. E agora, quem são os
responsáveis? Talvez agora o responsável seja Fernando Henrique Cardoso, porque
mataram ontem na FEBEM uma pessoa que desgraçadamente faleceu no exercício
profissional. Isso é uma tragédia para nós da Cidade, e sabemos que esta
Cidade, que enfrenta tantos problemas de toda ordem, como aquela vergonha
chamada de Aterro Sanitário da Extrema, que temos que debater, temos que, cada
vez mais, esmiuçar, esclarecer, fazendo a crítica adequada, fazendo a
fiscalização. Isso provoca um sentimento de ódio nas pessoas, um sentimento de
revolta porque estão sendo fiscalizados, e a essência da democracia é o papel
do Legislativo fiscalizando. Isso não pode ser motivo para esse tipo de
agressão, para esse tipo de desfeita, de deboche que é feito para a Câmara de Vereadores,
o que já está exaustivamente provado.
Sr. Presidente,
lamentavelmente cometemos um equívoco, convidamos as Autoridades Executivas
para uma festa, depois de passarem três ou quatro discursos de vinte minutos
aqui, sem, pelo menos, dizerem “Parabéns, Câmara de Vereadores, vocês estão de
aniversário e viemos dar o nosso abraço”. Mas eles vieram aqui apenas para
fazer proselitismo, para fazer promoção pessoal, promoção do Executivo, que até
nós muitas vezes fazemos, quando está certo, quando está correto. Mas, mesmo
que tentem de todas as maneiras me silenciar, não vão conseguir. Vou denunciar
sempre e cada vez mais, toda vez que eu exercer o papel de fiscalizador e
encontrar coisas que não estão a favor do interesse do povo de Porto Alegre. E
quero dizer que esta é a última festa a que compareço da Câmara com o
Executivo, não compareço mais, como protesto. E principalmente, penso que foi
infeliz a proposta e hoje vemos que as nossas relações, por mais que queiramos
nos aproximar do Executivo, tornam-se hostis e agressivas apenas pelo fato do
Poder Executivo ser muito sensível às críticas, eles têm a pele muito fina.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. JOSÉ VALDIR (Questão de Ordem):
Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Quero que me esclareçam a seguinte questão: a
solicitação da vinda do Prefeito para participar desta Sessão foi para, se não
me engano, participar da parte referente à solenidade do Prêmio Prefeito
Criança, que foi feita na primeira parte da Sessão. Parece-me que o teor do ofício
foi para isso. Portanto, o Prefeito cumpriu o que tinha sido aprovado na
solicitação e se retirou. Acho que até ficou um pouco a mais. Portanto, não
cabe essa insinuação de desfeita à Câmara de Vereadores. O Prefeito cumpriu
exatamente o que foi solicitado no Requerimento.
O
SR. PRESIDENTE: Na
verdade, foi aprovado pelo Plenário.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO:
Sr. Presidente, esta Câmara continua aceitando os parabéns pelo seu
aniversário.
O
SR. PRESIDENTE: Para
esclarecermos, houve um Requerimento do Ver. Renato Guimarães, aprovado pela
Câmara, para que, hoje, o Prefeito e o Vice-Prefeito comparecessem. O Ver.
Juarez Pinheiro solicitou esclarecimentos e forneci-os.
O Ver. Cyro Martini está com
a palavra, para falar no período das Comunicações.
O
SR. CYRO MARTINI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Senhores e Senhoras. Evidentemente não viemos aqui
para assistir a uma encenação, onde as estrepolias, o palhacismo seja o centro,
ou o excesso de dramatização, a encenação, procurem de alguma maneira
tumultuar.
O
SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, uma Questão de Ordem.
O
SR. PRESIDENTE: Vereador,
irei lhe fornecer a Questão de Ordem com todo o prazer, só que há uma
deliberação nossa: serão cedidas após o orador usar a tribuna. Vereador, V.
Exa. terá todo o direito, como todos os Vereadores. Mas não interromperemos o
Vereador-orador para Questões de Ordem. Com a palavra o Ver. Cyro Martini.
O
SR. CYRO MARTINI: Sr.
Presidente, peço a V. Exa. que controle o tempo.
O
SR. PRESIDENTE: Estão
suspensos os trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h15min.)
O
SR. PRESIDENTE (às 15h18min): Estão reabertos os trabalhos. Antes de
conceder a palavra ao Vereador que está na tribuna, peço a colaboração de todos
para que não acirremos os ânimos. O Ver. Cyro Martini está com a palavra.
O
SR. CYRO MARTINI: Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, procurando dar continuidade ao meu
pronunciamento, devo dizer a V. Exas. que estamos em pleno Centro de Porto
Alegre, Centro que para nós porto-alegrenses, aqui na antiga Estação Central
dos Bondes, na Praça onde era o fim da linha, para nós, este é um recinto
extremamente sagrado e importante, e quando estamos diante do que é de extrema
significação para nós, também temos outros compromissos. Temos compromisso com
a justiça, com a verdade, então não podemos admitir excessos e encenações, que
trazem no fundo apenas objetivos que procuram contundir, ferir, atingir a
justiça e a verdade, não podemos ficar calados. Também temos que dirigir a
nossa palavra e dizer ao povo, que sabe que este Centro está sendo objeto de
atenção inusitada por parte do Executivo Municipal, que procura trazer de
retorno para o presente o que ele teve de importante e significativo no seu
passado. E esse povo que mora nas vilas populares, nos bairros, sabe o quanto
fez o Governo Olívio, o Governo Tarso e faz o Governo Raul Pont. Aqueles que
moram nos bairros pobres de Porto Alegre sabem, como nós, que moramos no
Partenon e em outros pontos de Porto Alegre, sabemos que aquelas ruas que eram
abandonadas, que eram buracos, fugas d’água, onde não havia nada e que hoje têm
tudo praticamente.
E diante disso não podemos
admitir neste Centro, que é sagrado, especialmente para quem aqui nasceu, não
podemos admitir que a mentira procure injustiçar uma Administração que vem
correspondendo aos anseios porto-alegrenses. Não podemos admitir que atinjam os
que estão lá procurando garantir o Orçamento Participativo, que é a palavra do
povo, o voto do povo em favor do que interessa para ele.
Não estamos aqui para
enganar, nem para encenar ou fazer teatro; estamos aqui para garantir a verdade
e a justiça, que é a obra que está sendo realizada em favor do povo. Não
procuremos enganar a quem não temos como enganar, porque o povo que mora nas
vilas, nos bairros sabe que as obras de pavimentação, de saneamento básico
estão sendo realizadas. No Morro da Cruz, por exemplo, quem não sabe que lá no
último ponto há uma escola que é praticamente uma escola-modelo, realizada por
esta Administração? Quem não sabe lá na Vila Bom Jesus, na Apito, na Divinéia,
no Mato Sampaio? Obras e obras de pavimentação, escolas de importância e por aí
vai. Evidentemente que não foi possível fazer tudo. Está ali o Sr. Pedro Lima,
que é um grande representante do Orçamento Participativo da Lomba do Pinheiro,
que sabe o que tem sido feito. E não está aqui para ouvir mentiras ou para ser
enganado, até porque não pode, porque ele é um dos que batalham, não em favor
do Orçamento Participativo, mas em favor daquilo que é de interesse do povo. E
o povo é o critério para a nossa Administração. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Srs.
Vereadores, por uma cortesia da AIMU fomos presenteados com o bolo comemorativo
dos 226 anos da Câmara, suspenderemos a Sessão para que cantemos os parabéns e
cortemos o bolo em homenagem aos 226 anos deste Legislativo.
Estão suspensos os
trabalhos.
(Suspendem-se os trabalhos às 15h24min.)
O
SR. PRESIDENTE (às 15h35min): Estão
reabertos os trabalhos. O Ver. Eliseu Sabino está com a palavra, no período de
Comunicações.
O
SR. ELISEU SABINO: Sr.
Presidente, Srs. Secretários, Srs. Vereadores e Srs. Assistentes. Cumprimento
os que participam deste momento. Quero poder dizer da minha satisfação em
participar desta Sessão Especial alusiva aos 226 anos da Câmara Municipal de
Porto Alegre. Este Vereador que nasceu e se criou nesta Cidade, foi guri,
engraxando sapatos nas ruas desta Cidade, vendendo jornal, balas. Orgulha-me
muito o privilégio de estar aqui usando este espaço social de comunicação, onde
podemos expressar aquilo que é uma realidade, que é a vontade do nosso povo, da
nossa comunidade.
Conhecedor que sou das
necessidades e dos problemas da nossa comunidade, especialmente da comunidade
porto-alegrense, venho aqui como um agente fiscalizador da Administração Municipal,
como um dos trinta e três com essa missão, manifestar, também, o meu repúdio ao
que vem sendo feito por esta Administração no que diz respeito, especialmente,
ao que foi ventilado pelo Ver. Luiz Braz, aquela questão referente ao
trabalhador que queria, de maneira modesta, simples e objetiva, exercer o seu
trabalho com a venda de cachorro-quente aqui na Cidade. Entendemos o sistema de
legalização, mas questionamos: por que tanta agressão? Por que isso de um
Governo que se diz popular, democrático? Onde está a consideração com os
trabalhadores da nossa Cidade? Manifestamos, juntamente com a nossa Bancada, o
nosso repúdio com relação à falta de atenção aos nossos trabalhadores, aos
camelôs, aos vendedores de cachorro-quente. Há necessidade de uma volta total e
o reconhecimento pelo trabalhador propriamente dito.
É importante que se diga que
essa Administração vende, com muita propriedade, a propaganda do “Cidade Viva”,
manifesta o valor do Orçamento Participativo. Na verdade, não somos contra o
Orçamento Participativo, mas somos contra e repudiamos a maneira como ele vem
sendo desenvolvido. Há prioridades que são escolhidas dentro do Orçamento, mas
ao fazermos levantamos, vemos que as prioridades, muitas delas, não são
assistidas.
É importante que nesta fala
eu manifeste também o acontecimento da FEBEM - rebelião com morte na FEBEM.
Essa é a notícia que hoje está estampada nos jornais de nossa Cidade.
Lembro-me, no ano passado, quando a FEBEM se encontrava com dificuldades, e lá
havia algumas inconformidades. Na Câmara Municipal tínhamos a Vereadora Maria
do Rosário, que era Presidenta da Comissão de Direitos Humanos, ela se
manifestou impetuosamente, e nós, na verdade, levantávamos questionamentos.
Onde está a Vera. Maria do Rosário hoje? Quando nós detectamos situações como
essa, extrema, de morte, precisamos voltar a atenção e considerar os fatos.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Elói Guimarães está com a palavra, no período de Comunicações.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, quero cumprimentar a população que, de um certo
modo, vem à praça assistir a uma reunião atípica, como é esta reunião da
Câmara, mas é uma reunião que se propõe a comemorar, basicamente, os 226 anos
da Câmara Municipal de Porto Alegre. É a comemoração do povo, é a comemoração
da Cidade, tratando-se de um ato importante. Não vi nenhuma deselegância, quero
deixar bem claro aqui. Não vi nenhuma deselegância, a democracia é isso: a
colocação dos pontos de vista que nem sempre são iguais ao meu ou daquele que
pensa diferente. A democracia é exatamente esse contraditório. Enquanto a
reunião se desenvolver nesses termos, ela vai muito bem.
Quero dizer que este Largo
tem uma história muito linda, muito boa, Glênio Peres. Até vale a oportunidade
para saudarmos aqui o nosso Colega, grande companheiro, grande líder que foi
Glênio Peres. Aqui é o Largo Glênio Peres, onde, em diferentes momentos,
tivemos a oportunidade de debater as mais diferentes questões do interesse do
Município, do Estado e do interesse do País. Portanto, Sr. Presidente, recolha
a V. Exa. e à Mesa os meus cumprimentos por terem feito esta reunião aqui,
tentando reeditar a assembléia popular como o povo fazia na velha Roma, em
Atenas, na velha Grécia, os dirigentes, os governantes, os tribunos do povo se
reuniam com o povo, trocando as suas impressões, olhando no olho de cada um.
Evidentemente que as condições de ruído não propiciam que se possa ter um bom
desenvolvimento, mas isso daqui é democracia, nós todos aqui reunidos, a
maioria contribuiu para que chegássemos a este momento. É o momento da
democracia, aqui estamos todos nós com liberdade, com segurança. Ainda não
atingimos aquela democracia que todos nós procuramos, que é a democracia
econômica, social, que é a democracia do povo participando dos produtos, do que
ele constrói e do que ele faz. Mas de qualquer forma, já tivemos grandes
avanços, e este Largo é histórico no avanço, diria até, das instituições
brasileiras, para buscarmos a liberdade que hoje possuímos.
Isso aqui vem demonstrar que
o nosso País, pelo menos nesse aspecto, avançou, e foi com a luta, com o
sacrifício, com lágrimas, com sangue da nossa população que pudemos chegar aqui
e estarmos juntos com o povo discutindo, saudando, enfim, os 226 anos de
fundação da Câmara Municipal de Porto Alegre.
Num primeiro momento
poderiam dizer que foi um equívoco fazer a reunião neste local. Pelo contrário,
está de parabéns a Câmara Municipal de Porto Alegre por trazer para o meio do
povo, aqui no Largo Glênio Peres, esta reunião para trocarmos idéias. E devo
dizer aqui, com alguma experiência, que já passei por muitas escaramuças, tenho
uma história bastante grande de escaramuças. No tempo da faculdade, quando a
ditadura imperava neste País, tivemos a oportunidade de nos opor. Então,
governamos Porto Alegre, tivemos a oportunidade de enfrentar os mais diferentes
confrontos. Isso é democracia. Agora, isso temos que preservar, nós aqui e
vocês aí. E a forma de preservar a democracia é nos respeitando. Temos que externar
aqui as nossas opiniões. Penso até que o Sr. Prefeito cometeu um erro de
estratégia. Vejam bem, o Prefeito deveria continuar ali sentado. Ele tinha
outros compromissos. Num primeiro momento pareceu-me que ele saiu em face dos
discursos.
Portanto, esta é uma grande
oportunidade para que o povo esteja aqui e veja; porque os Vereadores de Porto
Alegre, mal ou bem, são a representação da Cidade de Porto Alegre, porque não
arrumamos companheiros que nos honram com a sua presença. Não se inventou ainda
na história da civilização melhor forma, senão esta do povo escolher os que vão
dirigir a Câmara, a Prefeitura, o Estado, a União. Não se tem outra forma, esta
é a melhor forma, e esta forma temos que manter. Se tiver que brigar, vamos
brigar, para manter a democracia, porque fora dela é a noite, a escuridão da
ditadura. Por isso a democracia é o melhor regime que se conhece na face da
Terra. Aos companheiros, muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Isaac Ainhorn está com a palavra. Na condição de Liderança, o Ver. João Bosco
Vaz cede o tempo do Ver. Isaac Ainhorn para o Ver. Adeli Sell. O Ver. Adeli
Sell está com a palavra.
O
SR. ADELI SELL: Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores. Parabenizo a
Presidência desta Casa por esta Sessão de aniversário da Câmara em pleno Largo
Glênio Peres. Aqui podemos discutir, como temos discutido nesses anos, e
principalmente no último período, todas as questões que dizem respeito a Porto
Alegre. Quero lembrar que lastimamos, no ano passado, no ano retrasado, como
lastimamos agora, a morte de um funcionário da FEBEM. Também lastimamos e
choramos as crianças que morreram no ano passado. Temos o mesmo pesar.
Lastimamos que havia, mês a mês, tumultos, problemas gravíssimos, mortes,
crianças queimadas na FEBEM. Lastimamos esses tristes episódios. Nós vamos
lutar para que as crianças deste Estado e deste País tenham a possibilidade de
olhar para o horizonte com um sonho a ser realizado aqui, nas suas vidas e não
atrás das grades, nas prisões ou lá na FEBEM.
Aqui queremos discutir o que
é uma lei, e como diz o Ver. João Dib, lei é para ser cumprida, lei é lei.
Quando falamos dos camelôs, dos vendedores de cachorro-quente das Towers, lembro que foi proposição do
Ver. Nereu D` Ávila, Presidente desta Casa. Votaram os Vereadores Cláudio
Sebenelo, Luiz Braz, Eliseu Sabino, Reginaldo Pujol, Helena Bonumá, este
Vereador. Todos nós votamos. Nós votamos nesta Lei, e agora ela está sendo
cumprida, e lei é para ser cumprida! Nós estamos legislando para quatrocentos
vendedores de cachorro-quente em Porto Alegre, e não para oito pessoas que se
utilizam de uma associação, da força e da ameaça de andarem armados, inclusive
na Câmara Municipal de Porto Alegre. Temos aqui o espaço da democracia para bradar
aos quatro ventos desta Cidade e desta Praça dizendo que nós temos lei, e lei é
para ser cumprida! Não adianta vir aqui fazer um discurso dizendo que esta
Cidade se arranje e que está tomada de camelôs. Lá, numa emissora de rádio,
fechado entre quatro paredes, é fácil de falar. E aqui vêm com um outro
discurso completamente contraditório para os transeuntes, para os excluídos que
vendem os seus produtos aqui na Cidade. Faz diferença, sim, há quem ganhe
honestamente, quem cumpra a lei, quem pague os seus tributos, há quem se
legalize dentro das normas da Cidade, porque esta Cidade tem que ser uma cidade
civilizada! Todos têm que conviver harmoniosamente. É isso que fizemos quando
remodelamos o Mercado Público, quando demos melhores condições de trabalho para
que as pessoas possam chegar ao Mercado e comprar. É isso que estamos fazendo
no Centro da Cidade com a revitalização do Centro.
Nós temos um único discurso:
o discurso da coerência, o discurso da mudança, porque essa é a prática, e não
há um fosso entre o nosso discurso e a nossa prática. Ali está sendo recuperado
o Chalé, como foi recuperado o Mercado Público. Ali está sendo feito o “Centro
24 Horas”. Nós estamos vendo as obras no Centro da Cidade, estamos preocupados
com aquilo que ainda não está bem, com aquilo que ainda temos que mudar. Por
isso estamos aqui, inclusive na presença do Prefeito. Este Vereador e a Bancada
do PT estão tendo a coragem de dizer o que foi bom e o que ainda falta fazer.
Nós não temos dois discursos. Nós elogiamos aquilo que está correto porque um
Vereador da situação, do Partido dos Trabalhadores, da mesma forma que um
Vereador da oposição, tem que fiscalizar o Poder Público Municipal, tanto na
oposição quanto na situação. Esses são os ditames do que se faz numa Câmara de
Vereadores. Por isso estou aqui com orgulho de falar na minha Cidade, com
orgulho de falar no meu Governo, mas também com a mesma preocupação de falar
dos meus limites, dos limites da Câmara e do meu próprio Governo. Essa é a
coerência, esse é o jeito de fazer as coisas numa Câmara Municipal. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
João Carlos Nedel está com a palavra, em Comunicações.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Senhor
Presidente e Srs. Vereadores, vivemos, em todos os níveis de governo, uma
situação muito difícil. Parece que o Ver. Adeli Sell não mora em Porto Alegre,
porque veio dizer que isso aqui é uma beleza, que não tem desemprego, que não
tem falta de segurança, que o povo está muito feliz. Parece que vivemos num
outro mundo. Acontece que não é a verdade, não é a realidade de Porto Alegre.
Nós temos muitas dificuldades aqui em Porto Alegre, e é sobre Porto Alegre que
queremos falar.
A maior dificuldade que o
povo de Porto Alegre tem é quanto ao emprego. Quero saber se algum de nós não
tem desempregado em sua família ou entre seus amigos. A culpa é exatamente
porque em Porto Alegre as empresas não são bem-vindas, são mandadas embora
pelos altos impostos. Quando o então Prefeito Olívio Dutra assumiu a
Prefeitura, a alíquota do imposto sobre serviços, que era de um ou dois por
cento, foi aumentada para cinco por cento. Isso afugentou as empresas e gerou
uma guerra entre os Municípios vizinhos, tentando atrair as empresas para seus
Municípios. Não é guerra fiscal, porém a Prefeitura aumentou cinco vezes os
impostos, e as empresas fogem de Porto Alegre deixando aqui o desemprego.
(Vaias.)
O
SR. PRESIDENTE: Asseguramos
o tempo do Ver. João Carlos Nedel. Nós
respeitamos as manifestações populares, mas solicitamos que ouçam o orador,
assim como todos os demais, manifestando o exercício do contraditório. Temos
muito prazer em ter o povo aqui, mas pedimos que ouçam o pensamento do
Vereador.
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Na
esteira do desemprego, surge a insegurança, a miséria, a droga e os problemas
econômicos. A população clama por segurança; esse é um dos grandes pedidos que
existem lá na Câmara: segurança. A população não agüenta mais a falta de
segurança, o roubo, a miséria, os assassinatos por causa do desemprego. Na
Câmara há filas de empresas procurando e reclamando dos elevados impostos aqui
de Porto Alegre, e a Prefeitura não faz nada. E, pior ainda, está mandando um
Projeto de aumento de impostos para a Cidade. Vai aumentar o IPTU em Porto
Alegre, vai aumentar o desemprego e gerar mais insegurança. Ora, Senhor
Prefeito Municipal, o Senhor ganhou o Prêmio Prefeito Criança, mas não tem o
direito de brincar com o povo de Porto Alegre. Muito obrigado. (Vaias.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Eu
solicito encarecidamente à população que ouça os discursos, mas não se
manifeste. Nós ficamos muito contentes com a presença popular junto ao Plenário
da nossa Câmara, mas é necessário que ouçamos, mesmo quando não concordamos.
Esse é o processo democrático.
O Ver. Reginaldo Pujol está
com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. REGINALDO PUJOL:
Senhor Presidente e Srs. Vereadores, a Câmara Municipal de Porto Alegre festeja
hoje os seus duzentos e vinte e seis anos exercitando o que de mais importante
ela pode exercitar: o contraditório, e as posições diversificadas que aqui têm
assento estão se intercalando nesta tribuna, recebendo ora o aplauso popular,
ora o apupo popular, mas recebendo apreciação popular, porque está vendo que
este não é um Parlamento que têm unanimidade ou que seus integrantes estão a
esconder as posições que sustentam. Aqui há gente integrada na campanha do
“Fora Fernando Henrique”, que tem vários solidários aqui na platéia. Aqui há
gente como eu, que é da oposição em Porto Alegre. Entendemos que, em todas as
oportunidades em que participamos, devemos colocar com clareza essa posição,
porque essa é a essência do processo democrático. É verdade que alguns atuam de
uma forma mais radical; outros, de uma forma mais moderada, mas todos temos
posições claras, precisas de que não podemos mais ficar, nos duzentos e vinte e
seis anos da Câmara Municipal, querendo escamotear a realidade e fugir da
responsabilidade. Nós, que somos da oposição aqui em Porto Alegre; eu, em
especial, que sou do PFL, o Partido que apoia o Presidente Fernando Henrique
Cardoso, recebo de bom grado o apupo popular, porque é isso que eu quero: que a
população desta Cidade tenha prerrogativa, tenha possibilidade, tenha o ensejo
de vaiar, de aplaudir, de dizer “sim” ou de dizer “não”. Só não quero ver a
população calada. (Vaias.)
Não me preocupa o apupo,
recebo isso até como advertência, e acho que todos nós precisamos, nesta hora,
saber que as opiniões que variam aqui e acolá, na nossa platéia, não são outra
coisa senão a reprodução do contraditório que nós representamos nesta Casa,
porque aquele que tem medo da vaia deve ficar em casa, não deve assumir o
mandato popular, deve renunciar a essa possibilidade porque não tem condição de
sustentar suas posições.
Eu quero dizer ao povo que
me vaia que eu o aplaudo com vigor, porque defendo o seu direito de vaiar;
vaiando, ele coloca a sua indignação com algumas posições, ainda que, com
freqüência, essa indignação não seja devidamente endereçada, porque aqui há
protestos contra situações que não provêm dos representantes do povo, que têm a
coragem de vir à praça pública e são os mais qualificados para recebê-la.
Por isso, Senhor Presidente,
nesta Sessão festiva da Câmara Municipal de Porto Alegre, em que a festa se
instala com a participação popular, a mais ampla, a mais ilimitada, a mais
eloqüente que possa existir, nós, do PFL, reafirmamos a nossa posição. Nós
estamos solidários com o Governo Fernando Henrique. Somos oposição ao Governo
do Estado e ao Governo Municipal. Somos responsáveis pelos acertos e erros de
nossos Partidos, mas queremos cobrar, na mesma proporção, pelos erros,
equívocos e até, eventualmente, aplaudir os acertos daqueles a quem nós nos
opomos. De resto, acreditar na democracia dos que ficam calados, na democracia
dos omissos, na democracia daqueles que se calam quando teriam que colocar suas
oposições, é não acreditar na democracia. Eu acredito nessa democracia
buliçosa, com o povo me vaiando, mas com o povo colocando a sua posição. Meus
cumprimentos ao povo de Porto Alegre, meus cumprimentos a todos me vaiam.
Fiquei feliz em ensejar nesta tarde que os senhores pudessem, na prática,
exercer a democracia vaiando este Vereador, que não fala a linguagem que os
senhores querem ouvir. Muito obrigado. (Vaias.)
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Senhor Presidente, na sexta-feira faleceu um
grande porto-alegrense, o Sr. Jaune Dias Gonçalves, Contador, Sindicalista,
ex-Fiscal do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Professor. Também um
Funcionário da FEBEM foi brutalmente assassinado, o Sr. Luiz Fernando da Silva
Borges. Solicito um minuto de silêncio.
O
SR. PRESIDENTE: Peço a
todos um minuto de silêncio em homenagem à memória dessas duas pessoas
referidas pelo Vereador.
(É feito um minuto de
silêncio.)
O Ver. Guilherme
Barbosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. GUILHERME BARBOSA:
Senhor Presidente e Srs. Vereadores, cidadãos de Porto Alegre que acompanham a
nossa ação. Em qualquer pesquisa de opinião neste País, quando se pergunta qual
seria a classe que teria mais respeito da população, a categoria dos políticos,
de maneira geral, sempre fica em último lugar. Infelizmente, aqui, se
demonstrou o porquê, na fala de alguns Vereadores. Isso começou com a fala do
Ver. Luiz Braz, depois veio o Ver. Cláudio Sebenelo, o Ver. Eliseu Sabino e
alguns outros. Esses Vereadores, que apoiam o Governo do Fernando Henrique, que
a cada dia aumenta o desemprego, vêm culpar a Prefeitura de Porto Alegre, como
se ela fosse a culpada pelo desemprego, quando faz todo o esforço para ter obra
nesta Cidade e para manter saúde financeira do Município. Nas várias vilas da
nossa Cidade as obras não param. São eles que criam o PDV! O Governo Britto
colocou quinze mil trabalhadores para fora. Na Prefeitura de Porto Alegre não
há PDV! Há reajuste a cada dois meses aqui em Porto Alegre! Pois vêm esses
senhores aqui dizer que a culpado que acontece é toda da Prefeitura! Chega de
mentira! Chega de cinismo! E, como ficou demonstrado aqui, a população não
agüenta mais esse tipo de mentira. São eles que desempregam! A cada pesquisa, o
Fernando Henrique vai lá embaixo, a cada pesquisa, o Presidente fica
desmoralizado! Nós pagamos para os banqueiros internacionais, no ano passado,
setenta bilhões de dólares! Quem manda no nosso País hoje é o FMI! Nós não
mandamos mais no nosso País! Essa é a verdade! Eles entregaram o nosso País.
Quem tem que governar o nosso País é o nosso povo, e aqui ficou demonstrado
como é que se trabalha na política, infelizmente. São eles que apoiam esse
Governo, são eles que desempregam, são eles que debilitam a economia fazendo
com que tenhamos, cada vez mais, trabalhadores na rua.
E sobre a questão das
“vans”, é bom que fique claro - o Ver. Adeli Sell já colocou - que o Ver. Luiz
Braz votou na Lei; o Ver. Eliseu Sabino votou na Lei; o Ver. Cláudio Sebenelo
votou na Lei; o Ver. João Carlos Nedel votou na Lei. E agora eles vêm culpar a
Prefeitura! E vejo que eles já foram embora. Que tipo de atuação é essa? Fazem
uma coisa e vêm dizer outra aqui?
Nós lamentamos muito a
questão da FEBEM. Ainda não conseguimos dar um jeito na FEBEM. Agora, eles não
dizem, escondem a verdade, que no ano passado três guris morreram queimados
dentro da FEBEM. A metade da verdade é pior do que uma mentira! É por isso que
o povo, quando pode, diz que os políticos, infelizmente, estão lá na rabeira da
credibilidade popular. Esse tipo de situação nós não agüentamos mais. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com apartes)
1ª SESSÃO
PROC.
1181/99 – SUBSTITUTIVO Nº 01, de
autoria do Ver. Lauro Hagemann, que institui a participação da comunidade, de
acordo com § 1º do art. 116 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, nas
etapas de elaboração, definição e acompanhamento da execução do plano
plurianual, de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual, ao PROJETO
DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 030/99, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn.
PROC.
2350/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 108/99, de autoria da Verª Maristela Maffei, que
dispõe sobre a fabricação, distribuição e comercialização, no Município de
Porto Alegre, de produtos com a presença de organismo geneticamente
modificados.
PROC.
2666/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 047/99, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que concede aos
dirigentes Walques Batista dos Santos, Newton Silva Krause, Antônio Carlos
Mariante, Antônio Augusto Silva da Fontoura, Carlos Matias Pauli de Azevedo,
Adjandi Jorge Zanini, Cláudio Coelho Braga, Jorge Fernando Soares Farias e
Érico Stiegemeier o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético.
PROC.
2701/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 024/99, que cria o Sistema Funerário Municipal e
dá outras providências.
PROC.
2723/99 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 013/99, de autoria do Ver. Renato Guimarães, que
acrescenta o inciso VI ao art. 2º e o inciso VI ao art. 4º da Lei Complementar
nº 352, de 8 de agosto de 1995, que dispõe sobre a política de assistência
social no Município e dá outras providências.
PROC.
2753/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 141/99, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
dispõe sobre o uso de alto-falantes nos estabelecimentos comerciais do
Município de Porto Alegre.
PROC.
2632/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 045/99, de autoria do Ver. Cyro Martini, que institui o título
honorífico Flávio França, relativamente às modalidades amadoras de futebol, e
dá outras providências.
PROC.
2637/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/99, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal,
que autoriza o Poder Executivo Municipal a implantar, no serviço de transporte
de passageiros por ônibus, a Linha Verde-Circular.
PROC.
2690/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 049/99, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que dá nova redação ao
parágrafo único do art. 142 da Res. 1178, de 16 de julho de 1992, e alterações
posteriores (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre).
PROC.
2692/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 133/99, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que
denomina Rua Nitheroy Taveira Ribeiro um logradouro público localizado no Bairro
Nonoai.
PROC.
2694/99 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 023/99, que dispõe sobre regras de transição e
modificação do regime previdenciário próprio dos servidores do Município de
Porto Alegre, na forma da Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de
1998.
PROC.
2711/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 134/99, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia,
denomina Rua Professor Jacintho Targa um logradouro público localizado no
Bairro Restinga.
4ª SESSÃO
PROC.
2676/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 048/99, de autoria da Verª Maristela Maffei, que modifica o art. 220
da Resolução nº 1178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores
(Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre).
PROC.
2060/99 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 028/99, de autoria do Ver. José Valdir, que altera a redação do item
2 da alínea “a” do inciso I do art. 15 da Resolução nº 1178 (Regimento).
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Senhor
Presidente e Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, neste período quero discutir
Projeto de proposta do Vereador da minha Bancada, Ver. Cyro Martini, que
institui o Título Honorífico Flávio França, relativo às modalidades amadoras de
futebol e dá outras providências. Estamos num momento em que esta Cidade obteve
várias conquistas. E, agora, no último período, nós conquistamos avanços em
áreas há anos esquecidas. Nós nos preocupamos em colocar o ônibus na periferia,
mas nos preocupamos também, durante o período do Governo Tarso Genro, em formar
em nossa Cidade a Secretaria Municipal de Esportes, porque entendemos, Ver.
José Valdir, que mora na Zona Norte da nossa Cidade, o quanto é importante para
os trabalhadores da periferia ter seus espaços públicos de esporte, cultura e
lazer. As pessoas passam a semana inteira trabalhando na fábrica, no
escritório, na obra aqui na frente, e, nos finais de semana, nas vilas da
periferia, em lugares de difícil acesso, em condomínios com muitos
apartamentos. Porém, muitas vezes, as construtoras não se lembram, por causa de
sua ganância, de oferecer um espaço para o lazer dessas pessoas. Por isso nós,
recentemente, tivemos a honra de ver, Ver. João Bosco Vaz, no gabinete do
Prefeito Raul Pont, a sua Lei colocada em prática, e ela possibilita que os
espaços da periferia da nossa Cidade sejam ocupados por atividades relativas ao
esporte amador, ao futebol de várzea.
V. Exa. sabe melhor do que
eu o quanto Flávio França foi importante para o esporte amador. O Senhor tem
colocado sistematicamente a importância de se dar espaço para o esporte amador,
no seu programa de televisão, nos seus pronunciamentos aqui nesta Casa. E nós
queremos que esse título, que dá prêmio a essas modalidades, proposto pelo Ver.
Cyro Martini, seja efetivo na nossa Cidade. Inclusive o campo, no Parque
Marinha, a pista, vai se chamar “Flávio França”, em homenagem a esse defensor
do esporte amador. Já coloquei anteriormente, e é importante frisar aqui que,
além do futebol, do esporte amador da periferia, tenhamos agora para a Zona
Norte acesso ao rio através do Parque Náutico, que realizará uma grande festa
neste final de semana. Convidamos toda a população para participar desse
evento, porque é o esporte amador, são as questões do lazer e da cultura que
temos que defender. Por isso, apoio esse Projeto. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Cyro Martini está com a palavra.
Ausente. O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra. Desiste. O Ver. José Valdir está com
a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. JOSÉ VALDIR: Senhor
Presidente e Srs. Vereadores, o assunto do Orçamento Participativo volta ao
debate na Câmara através do Substitutivo do Ver. Lauro Hagemann. Embora eu seja
contra qualquer tentativa de a Câmara regulamentar o Orçamento Participativo,
por achar que quem tem que regulamentar é o próprio Orçamento Participativo e
por achar que o art. 116, da Lei Orgânica, já estabelece toda a legalidade de
que o Orçamento Participativo necessita, vejo que o Projeto do Ver. Lauro
Hagemann ao Substitutivo conseguiu apanhar três ou quatro pontos de debilidade
do Projeto do Ver. Isaac Ainhorn. O Projeto do Ver. Isaac Ainhorn,
aparentemente um inocente Projeto, que visa tão-somente regulamentar o
Orçamento Participativo, na verdade, visa alterar profundamente e estabelecer uma
queda na democracia do Orçamento. Senão, vejamos, no art. 1º do Orçamento
Participativo, o Ver. Isaac Ainhorn, que gosta muito de leis, não se contenta
em fazer uma lei regulamentando o Orçamento; ele diz que essa Lei
regulamentando o Orçamento não regulamenta tudo e propõe uma segunda lei para
regulamentar o Conselho do Orçamento Participativo.
O art. 5º, parágrafo 2º, do
Orçamento Participativo, cria o chamado “efeito cumulativo”, ou seja, uma obra
que esteja trancada acaba trancando todas as obras. Por exemplo, lá na Zona
Norte, nós temos Rua Dona Regina, cuja pavimentação foi aprovada no Orçamento
Participativo, e um morador entrou na Justiça embargando a obra porque não quer
tirar a casa do meio da rua. Se o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn for aprovado,
essa obra e outras obras como essa, em que as pessoas se recusam a tirar a casa
do meio da rua, trancam todo o Orçamento por dois ou três anos.
Vejam os malefícios desse
Projeto do Ver. Isaac Ainhorn. Mas o mais grave é o parágrafo 1º do art. 3º,
que diz que os delegados são eleitos proporcionalmente pelo número de
habitantes da região. Sabem o que acontecerá? Adeus periferia, porque os
bairros de maior concentração, como, por exemplo, o bairro Centro, vão ter o
maior número de delegados e, tendo o maior número de delegados, vão sempre
estar em condições privilegiadas para disputar com os bairros de menor
concentração. E, além disso, esse nefasto artigo, esse malicioso artigo -
parágrafo 1º, do art. 3º - estabelece que ainda as entidades - toda e qualquer
associação registrada naquela região do Orçamento - também tenham assento no
Orçamento Participativo automaticamente, ou seja, uma região como a do Centro,
que tem várias entidades registradas, além de ter maioria, porque tem a
população mais concentrada, ainda vai ter o maior número de delegados pelo fato
de ter maior número de entidades sediadas aqui. Vejam esse ingênuo Projeto do
Ver. Isaac Ainhorn, que quer apenas regulamentar o Orçamento Participativo.
Por último, ele engessa o
Orçamento Participativo em dezesseis regiões, lá no parágrafo 4º, do mesmo art.
3º.
O mais grave de tudo é que o
Ver. Isaac Ainhorn propõe que a população não discuta mais sobre cem por cento
das verbas destinadas a investimento; discuta apenas a metade. Só cinqüenta por
cento agora vai para discussão com a população. Os outro cinqüenta ele não diz
para onde vão, mas, eu imagino para onde, para que os Vereadores possam fazer
aquelas negociatas que muitas vezes faziam no sistema anterior, direto com a
Prefeitura, para tentar minar o Orçamento Participativo!
Na verdade, o que está em
jogo é que a Câmara de Vereadores, em vez de fazer o Orçamento Participativo na
própria Câmara, como está escrito no art. 116 da Lei Orgânica, que há dez anos
não é cumprida, quer regulamentar o Orçamento que já existe na Prefeitura. Eu
estou com o Projeto exigindo que a Câmara, antes de querer regulamentar o que
já está funcionando há dez anos, cumpra a Lei e faça funcionar o Orçamento
Participativo dentro da Câmara de Vereadores, para que a população possa
discutir centavo por centavo o que é gasto. Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE: O Ver.
Gilberto Batista está com a palavra. Desiste. A Vera. Maristela Maffei está com
a palavra. Ausente. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a
Pauta.
O
SR. REGINALDO PUJOL: Senhor
Presidente e Srs. Vereadores, neste período da Reunião, eu não tenho a
liberdade de falar sobre o tema que eu possa escolher, e sim tenho que falar a
respeito do que está previsto na Pauta. Algumas coisas, justificadamente,
deveriam ser colocadas nesta hora. Eu poderia, inclusive, dizer que os nossos
discursos aqui, apoiando esta ou aquela lei, às vezes perdem sentido, como
muito bem acentua o Ver. João Dib, porque deveríamos estar aqui muito mais
cobrando as leis que não são cumpridas do que propriamente propugnando por
novas leis. E, se eu pudesse falar sobre as leis que não são cumpridas, eu
agradaria os ouvidos de muitos daqueles que gostariam de ouvir eu cobrar a
não-implementação da Lei de nossa autoria que levaria o táxi-lotação para a
Vila Restinga e que, teimosamente, não é cumprida. Mas não posso falar sobre
isso. Tenho que falar sobre assunto constante na Pauta, e, dentre esses,
escolhi aquele que me parece mais relevante, que está tramitando na Pauta e que
não tem merecido uma discussão mais aprofundada: é o Projeto de origem do
Executivo que estabelece na Cidade de Porto Alegre o regime próprio de
previdência, uma vez que dispõe sobre o regime de transição e modificação do
regime previdenciário próprio dos servidores do Município de Porto Alegre, na
forma da Emenda Constitucional n º 20, de 15.12.98.
O Ver. Elói Guimarães
certamente somar-se-á a nós nas nossas preocupações, quando vemos colocados no
art. 4º o que é apresentado como “contribuição social para custeio do regime
previdenciário próprio dos servidores do Município de Porto Alegre”, como
contribuição provisória que incidirá sobre a remuneração, sobre os proventos de
inatividade e sobre as pensões. São contribuições que chegam a atingir a
alíquota de treze por cento, que serão descontados dos nossos servidores do
Município nessa transição que se dá como decorrência da Emenda Constitucional
nº 20. Esse assunto que certamente haverá de receber, em tantas outras
ocasiões, a atenção dos Senhores Vereadores, entendo de dele me ocupar nesta
hora porque, a meu juízo, de todos os assuntos que se encontram na Pauta e que
são passíveis de discussão nesta ocasião, fiel ao que dispõe o Regimento, esse
é o mais relevante, o mais preocupante e do qual eu não tenho apenas que me
preocupar, tenho que me ocupar também, ainda que isso possa desagradar, aqui ou
acolá, determinadas pessoas.
Essa situação me preocupa
porque essa contribuição é apresentada como transitória, parecendo a abertura
da porteira que, depois de aberta, não é mais fechada. As contribuições que
aqui se nivelam entre oito e treze por cento são provisórias. É o que diz
claramente a Lei proposta, no seu parágrafo 2º, expressamente: (Lê.) “Durante o
período de transição a que se refere esta Lei, as alíquotas de contribuição
social são estabelecidas, em caráter provisório, nos seguintes percentuais...”
Nós conhecemos o regime de seguridade social e sabemos que tudo isso pressupõe
um estudo atuarial, havendo dados técnicos que irão estabelecer, aqui ou acolá,
o real valor das contribuições. E, colocada na forma progressiva como é,
certamente terá que haver ajuste em uma ou outra de suas escalas. Queira Deus
que seja na maior e nunca na menor. E a regra nos indica que será na menor, nunca
na maior. Por isso saliento esses detalhes, lanço-os à discussão, faço isso de
forma pertinente, no período adequado.
No momento em que eu seria
tentado a falar sobre outros temas, falo sobre este. Lembro-me, por exemplo, o
que coloca, Vera. Helena Bonumá, o art. 3º, que diz que: (Lê.) “A partir da
vigência dessa Lei, as pensões deverão ser pagas com base em cem por cento da
remuneração ou provento a que faria jus o
servidor falecido, ficando vedado o repasse de qualquer recurso público à
entidade privada de previdência social”. Está lido aqui o término do Montepio
da família dos municipários. Basta saber ler para verificar esse fato. Sobre
essa Lei, todos dela devemo-nos ocupar, com a mais absoluta isenção e com toda
a tranqüilidade possível, para que a paixão, o direcionamento de posição, os
compromissos político-partidários de ser a favor ou contra esse ou aquele
governo, não venham impedir que, num assunto dessa relevância, venhamos a
chegar a uma conclusão apaixonada que possa ser motivo de arrependimento dos
integrantes desta Casa, que, ao longo do tempo, bem ou mal, têm atuado e nunca
têm-se omitido de conhecer e debater esses problemas.
Esse é o apelo que eu faço
nesta tarde, que devia ou deve ser festiva, e festiva o é, na medida em que
mantém aberto este canal de debate e discussão que é o Legislativo da Cidade de
Porto Alegre, porque há duzentos e vinte e seis anos ele age assim. Muito
obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE:
Queremos, oficialmente, na presença de V. Exas., fazer o lançamento de um novo
veículo de comunicação com a população.
Vale lembrar que a Câmara
Municipal de Porto Alegre talvez seja a única no Brasil a ter instituída em seu
Regimento a Tribuna Popular, onde, conforme testemunho dos Vereadores, têm-se
manifestado, livremente, as mais diversas e diferenciadas categorias da nossa
Cidade, discutindo conosco, cara-a-cara, os problemas da Cidade.
O segundo instrumento de
grande comunicabilidade com a população é, sem dúvida, a Plenária do Estudante,
às quintas-feiras, pela manhã, cuja agenda já está preenchida até dezembro. Os
colégios de 1º e 2º Graus deslocam-se para a Câmara, e seus alunos, como se
fossem Vereadores, estimulam a cidadania, discutem os problemas, fazem
propostas, das quais muitas foram transformadas em Pedidos de Providências,
sendo atendidas pela Prefeitura. O Ver. Airto Ferronato foi o autor da idéia da
Plenária, a qual é um veículo altamente democrático de comunicação com a
população.
E, neste momento, temos o
privilégio de conceder à população de Porto Alegre mais um instrumento de
comunicação com seus Parlamentares, trata-se do “Disque Câmara”, com discagem
gratuita do número 0800-510226, em homenagem aos duzentos e vinte e seis anos
da Câmara.
Através desse número, a
população poderá, a partir de amanhã, em horário integral, fazer suas
reivindicações, propostas e reclamações para a Câmara Municipal de Porto
Alegre, que oferece à população mais um serviço de grande envergadura de
comunicação. É a instituição Câmara em diálogo com a população, que é a sua
raiz, fonte do poder Executivo e Legislativo.
Realizamos, hoje, aqui, esta
Sessão de debates acalorados, jamais desrespeitosos, que fazem parte do
contraditório. Temos, em nosso Parlamento, nove posições político-ideológicas
corporificadas nas nove Bancadas, que são a nossa representatividade
partidária. Foi obtido o resultado que queríamos: vir aqui mostrar para a
população que nós, dentro de nossas diferenças, fortalecemos a democracia.
Agradecemos à população pela
presença, pois aqui participou e esteve conosco, de uma maneira ou de outra,
prestigiando esta Sessão.
Saudamos, mais uma vez, a
nossa Câmara Municipal de Porto Alegre pelo seu aniversário, data em que
completa 226 anos.
Procuraremos sempre, cada um
dentro das suas possibilidades e potencialidades, bem representar a população
da Cidade de Porto Alegre.
Muito obrigado a todos.
Está encerrada a presente
Sessão.
(Encerra-se a Sessão às 16h36min.)
* * * * *